"Era uma vez... a vida", o corpo humano em desenhos animados (1986)
2 Comments Published by The Aiming Bot on sábado, 19 de abril de 2008 at 08:07.Quero, desde já agradecer ao Carlos a oportunidade em relembrar algumas das minhas lembranças de criança. É sempre bom recordar esses tempos sem preocupações nem obrigações, quando passava o tempo inteiro nos pinhais, todo sujo, a brincar até ao fim da tarde.
Das muitas recordações que tenho desse tempo, os desenhos animados e as séries são as mais claras que tenho e ao longo dos tempos, tenho vindo a relembrar-me e, em alguns casos, a adquirir as séries antigas para recordar esses tempos.
Hoje trago-vos uma das que considero a melhor série animada dos anos 80: "Era uma vez... a vida". Esta série, uma produção francesa em conjunto com diversas estações televisivas europeias, primorava pelo rigor técnico das suas explicações através da simplicidade dos desenhos animados. Considerado por muitos, a melhor maneira das crianças aprenderem sobre o corpo humano. O rigor cientifico de cada episódio impressiona por ser transmitido por desenhos animados. Premiada com o 7 d'Or para a melhor série para crianças (fonte:www.imdb.com), em 1988, tinha personagens marcantes como o Mestre, os polícias (glóbulos brancos), os transportadores de oxigénio (glóbulos vermelhos), entre outros
Genérico Original - "Era uma vez... a vida"
Esta série faz parte de um conjunto que incorpora também "Era uma vez.. o espaço", "Era uma vez... o homem" entre outros, sendo estes os mais conhecidos.
Genérico Original (em português) - "Era uma vez... o espaço"
Acredito que, devido a séries como esta, que a juventude adulta de agora é bastante mais informada. Porque queiramos ou não, as crianças memorizam tudo como esponjas e esta série deve ter sido inspiração e fonte de sabedoria para muitos médicos da actualidade. A ver e rever!!
P.S. - A todos os que se lembram desta série, um desafio: se descobrirem quem cantava o genérico do "Era uma vez... a vida", dou um bombom...
E a título de curiosidade, o genérico do "Era uma vez... o espaço", não é cantado pelo Paulo de Carvalho, por muito que se pense e pareça que sim.
É com grande alegria que escrevo esta notícia, esperando que as suas memórias e criatividade possam impulsionar e desenvolver (ainda mais) a história e percurso deste blog.
Bem vindo Ivo! Um abraço!
GENÉRICO INICIAL (versão alemã emitida em Portugal)
Joaninhas loiras , Gafanhotos a puxarem carroças, escaravelhos andantes, caracóis com as casas às costas (literalmente) consistiam numa pequena amostra da vasta comunidade lá do sítio, sempre envolvida em múltiplas aventuras.
Das poucas informações que consegui compilar sobre esta série (e aqui enquadram-se também as minhas memórias) penso que a namorada de Ferdy era a mesma joaninha loira que eu referi acima, e que provavelmente o animal mais assustador (Ivo, poderá estar aqui a resposta à tua pergunta), de toda a pândega era um escaravelho com um ar extremamente agressivo.
Lembro-me que também havia um caracol que andava sempre mal humorado, e que o facto de os desenhos animados estarem na língua alemã ajudava a engrossar a hostilidade dos insectos mais ameaçadores :)
Ferdy a Formiga (ou As Aventuras de Ferdy) passavam na Rtp 1 aos inícios da tarde, e foram sem dúvida uma série incontornável nos anos 80, pelo carrossel de aventuras que apresentavam, e pela criatividade de situações envolvendo insectos "humanizados".
Afinal, não é todos os dias que se vê um escaravelho (penso que era um escaravelho) de bigode em cima de uma carroça puxada por um gafanhoto. Como é que o gafanhoto aceitava essa condição, aí é que já não vos posso ajudar. :)
Se alguém se lembrar de mais algum pormenor, a secção de comments permanece no mesmo sítio!
Até ao próximo post!
O Romance da Raposa - 1988
0 Comments Published by Carlos Silva on quarta-feira, 16 de abril de 2008 at 19:58.GENÉRICO INICIAL
A série teve um total de 13 episódios, cada um com 13 minutos, num total de 169 minutos de duração, retratando a história amorosa da raposa Salta-Pocinhas, e toda a espiral de aventuras em que ela enveredava. Esta era astuta, mandriona e adepta da vida fácil e sem preocupações.
Lembro-me perfeitamente de ver os episódios (se não me engano passavam na Rtp1 aos Domingos à tarde), e delirar com as aventuras da raposa, as quais eram embebidas em textos ritmados (parecendo lenga-lengas), obviamente adaptados da obra de Aquilino Ribeiro.
Tudo se inicia a partir de uma nova jornada da "Salta-Pocinhas", que para crescer terá que se tornar independentente. No entanto irá, ao longo do percurso, descobrir que nem sempre a vida adulta é feita de facilitismos.
"O Romance da Raposa" ajudou a evidenciar a qualidade que também por aqui havia (Portugal), não deixando no entanto de provocar alguma tristeza por não se ter apostado mais em trabalhos/projectos/dinâmicas semelhantes.
Até ao próximo post!
A Turma do Balão Mágico foi uma banda infantil brasileira dos anos oitenta (também tivemos as nossas, embora os Onda Choc e os Ministars se regessem mais por covers adaptadas de várias canções conhecidas internacionalmente) que contou com a colaboração especial de diferentes artistas brasileiros (entre eles Djavan, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Fábio Jr, por exemplo).
Recordo-me de ter alguns vinis e cassetes deles, e ouvi-los ininterruptamente durante longas viagens de carro com a família. São recordações que perduram ao longo dos anos, felizmente :)
A Turma do Balão Mágico concretizou 5 álbuns, entre os anos de 1982 e 1986, apresentando melodias alegres e descomprometidas, obviamente dirigidas para o público infanto-juvenil.
Deixo-vos com a prendinha especial (alguém reconhece ali o Djavan?) , esperando que , tal como aconteceu no meu caso, a música vos desenhe um sorriso rasgado na alma.
Até ao próximo post!
As misteriosas cidades do Ouro ; 1982 - 1983
1 Comments Published by Carlos Silva on terça-feira, 15 de abril de 2008 at 07:32.He-Man e os Mestres do Universo 1983 /1985
0 Comments Published by Carlos Silva on domingo, 13 de abril de 2008 at 12:47.GENÉRICOS ( Versão Brasileira e Original)
He-man e os Mestres do Universo apresentava-nos o Planeta Eternia, governado pelo rei Kandor e pela Rainha Marlena, que procuravam manter a honra, paz e justiça no território. O seu filho Adam, futuro detentor do trono, era um rapaz simpático mas extremamente preguiçoso e desastrado.
O que quase toda a Eternia não sabia é que o Príncipe Adam era também He-Man, o homem mais poderoso de todo o universo, um guerreiro destemido que com a sua arma predilecta ( a famosa espada de Greyskull), e a ajuda dos seus fiéis amigos ( Man-at-Arms, Teela, Orko e Battlecat, o seu tigre de estimação), tentava lutar contra o maléfico Skeletor e a sua horde de vilões.
Skeletor e os seus comparsas pretendiam dominar Eternia e descobrir os segredos de Greyskull ( um misterioso castelo onde He-Man tivera adquirido os seus poderes e descoberto a espada), habitação de "Sorceress", uma feiticeira ao serviço do Bem, protectora do Castelo e de Eternia.
Inicialmente, He-Man começou por ser uma espécie de Conan O Bárbaro. Isto deveu-se ao facto da Mattel ter encomendado à Filmation um conjunto de spots televisivos animados, como forma de promover a sua nova linha de figuras (bonecos) a serem comercializados. O herói dessa linha era um guerreiro medieval, muito na linha do já citado Conan.
No entanto, e procurando estimular a venda dos referidos bonecos, a Mattel estendeu o seu pedido, encomendando à Filmation a criação de 66 episódios baseados na linha comercializada. Nada de grandes expectativas, ou primores técnicos/argumentativos. No entanto, do outro lado encontravam-se muitos desenhadores/criativos com vontade de fazer algo único e de mostrarem o seu valor.
Apesar de algumas limitações técnicas dos estúdios Filmation (o tempo disponível para desenvolver novos episódios era reduzido, assim como os meios disponíveis, o que se ressentia nos frames e desenhos utilizados em vários episódios, que muitas vezes eram repetidos de forma a poupar tempo e recursos), a série foi um grande sucesso, principalmente devido à criatividade e talento da maioria dos intervenientes, que se repercutia nos argumentos dos episódios, e principalmente, no carisma das personagens e interacções educativas e sociais entre o universo de Eternia e o mundo real infantil/juvenil.
Personagens como Skeletor (Esqueleto), talvez a personagem mais assustadora de um desenho animado, e principalmente He-Man (todas as crianças queriam ter um boneco do herói e também a sua espada [eu tive as duas coisas, afortunadamente] , foram autênticos marcos da história da animação dos anos 80 (e cuja longevidade se estende até hoje), que alimentavam sonhos e expectativas, sempre tendo em conta a eterna luta entre o bem e o mal.
O genérico da transformação do cobarde e preguiçoso príncipe Adam, no forte e heróico He-Man, foi um dos momentos mais esperados e amados da história da televisão infantil/juvenil.
Uma das particularidades da série centrava-se também no facto de surgir, no final de cada episódio, um segmento dedicado a questões morais, onde as diferentes personagens boas da série davam conselhos e analisavam situações, tendo em vista a educação e a sensibilização das crianças.
He-Man foi um ícone cultural dos anos 80, tendo sido citado e comentado em variados meios de comunicação social, inclusivé em filmes e séries (entre eles por exemplo o filme Caça Fantasmas 2)
A série He-Man e os Mestres do Universo teve um total de 130 episódios, repartidos por 2 temporadas, tendo acabado bruscamente devido a estratégias de marketing relacionadas com a empresa Mattel, que decidiu (numa jogada infeliz e precipitada) focalizar as suas energias no público infantil/juvenil feminino, filão pouco explorado na altura, desenvolvendo em parceria com a Filmation a implementação de outra série animada, directamente relacionada com He-Man. Essa série foi She-ra, Princess of Power, a qual se centrava na princesa Adora (irmã gémea de He-Man), cujo alter-ego (numa transformação semelhante à de He-Man) era She-ra.
O fracasso de vendas da linha de bonecos dedicada a She-ra, condicionou tanto o destino dessa série, como a de He-Man, acabando de forma inglória um historial de sucesso, alimentado da criatividade, dinamismo e qualidade dos animadores intervenientes.
Em Portugal a série teve também muito sucesso, primeiramente através da sua difusão na RTP 1 (penso que nos domingos à tarde, logo a seguir ao almoço), embora os episódios fossem legendados em português (estando na sua língua original).
Posteriormente foi editado em distintas edições em cassete de vídeo, para aluguer na maioria dos clubes de vídeo. Aí tratavam-se de episódios dobrados em português do Brasil, naturalmente sob a égide do famosíssimo Herbert Richards :)
A linha de bonecos da Mattel foi lançada no nosso país, tendo acompanhado o sucesso dos desenhos animados. A maior parte das crianças afortunadas tiveram pelo menos um exemplar, mas lembro-me que também surgiram cadernetas da Panini (a única no meu historial infanto-juvenil que acabei), e espadas de plástico, entre vários outros utensílios/brinquedos.
O principal tesouro desejado por muitos (mas que a maioria não deve ter conseguido obter) foi o Castelo de Greyskull, raridade que, por exemplo, o humorista Nuno Markl ainda hoje persegue :)
He-Man teve direito a dois lançamentos especiais para vídeo, "The Secret of the Sword" e "A Christmas Special", ambos com a companhia da sua irmã (Adora/She-Ra), e duas séries que procuraram posteriormente revitalizar o seu universo, ambas sem grande sucesso.
No filme de animação "The Secret of The Sword" surge pela primeira vez a revelação de que Adora e Adam são irmãos gémeos, focalizando-se a história na génese da sua separação e no conjunto de acontecimentos posteriores. Para quem quer conhecer o universo de He-Man e de She-Ra, este filme representa o cartão de visita essencial.
The Secret of the Sword (versão original, com legendagem em português do Brasil, disponível em 10 partes no Youtube)
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10
O filme "The Secret of The Sword" teve também direito a um videoclip especial, dedicado à música original criada para o filme, denominada "I Have the Power". A música teve algum sucesso aquando do seu lançamento, sendo um exemplo particular do universo das séries e repercutindo a filosofia/atmosfera dos anos 80.
He-Man foi uma série de grande sucesso, alimentando os sonhos de várias crianças de todo o mundo, mas principalmente, provocando inúmeras dores de cabeça dos seus pais, que muitas vezes tinham que abrir os cordões à bolsa para alimentarem os desejos dos petizes (algo que a Mattel amávelmente agradeceu).
Até ao próximo Post!
BraveStarr - 1987 / 1989
1 Comments Published by Carlos Silva on sábado, 12 de abril de 2008 at 09:49.GENÉRICO
Em 1986, a companhia Filmation criou a série de desenhos animados BraveStarr, continuando o seu trabalho no desenvolvimento de variados produtos de animação para o público infantil e juvenil. Esta série vinha com um fardo difícil, o de fazer esquecer "He-man e os Mestres do Universo", também ela criação da Filmation. No entanto, ao contrário de "He-man", "BraveStarr" era uma criação original da Filmation, e não uma encomenda feita pela Mattel para vender bonecos ( o que tivera acontecido com "He-Man").
Pese embora o facto de "BraveStarr" não ter sido tão impactante e bem sucedido como o seu predecessor, a série apresentava maiores qualidades, quer a nível de produção, quer a nível de argumento, O principal factor que condicionou a sua curta longevidade prendeu-se com a venda da licença à Mattel para fabrico e venda de bonecos alusivos à série e um posterior fracasso de vendas dos mesmos (A Mattel apressou o lançamento da linha de bonecos para a época de 1986, altura em que os desenhos animados ainda não tinham sequer sido emitidos na televisão).
A série relata a história do Marshall Bravestarr, agente da lei de um planeta denominado "Novo Texas". Conta com a ajuda do seu companheiro "Thirty -Thirty", um cavalo cibernético que entre outras coisas fala, e de "Shaman", o seu mentor.
Bravestarr, como todas as personagens que se prezem, tem poderes especiais (a força de um urso, a audição de um lobo, a visão de um falcão e a velocidade de um puma) , com os quais conta para puder manter a ordem e a justiça e lutar contra Tex-Hex, o líder dos "Carrion Bunch", bandidos mercenários cibernéticos, cujos principais intuitos se centram na obtenção do mineral Kerium e na destruição do planeta "Novo Texas".
Bravestarr é uma espécie de cowboy nativo norte-americano, num contexto futurista adaptado do antigo Oeste Selvagem, cuja personalidade é equilibrada e espiritual. Não raras vezes recorre ao seu mestre, "Shaman", para conselhos e recuperação espiritual.
O que tornou esta série algo de importante e particular na história "animativa" dos anos 80, foi o teor particular de alguns dos seus episódios, e a apresentação adulta e educativa de diferentes problemas /realidades.
Num dos episódios (The Price ; O Preço) surge uma nova droga no planeta, apelidada de "spin". Uma criança é aliciada por um traficante para a experimentar, e rapidamente se torna viciada, roubando inclusivé a mãe para obter mais doses. A conclusão não é alegre e ou despretensiosa, como em muitas outras situações (cartoons, séries). No final do episódio a criança morre, num estado físico muito debilitado, depois de uma overdose fatal.
Episódio "The Price", completo em três partes , no Youtube (versão original em inglês sem legendas)
Parte 2
Parte 3
No "filme" de desenho animado de longa duração de BraveStarr, denominado de "The Legend" (A Lenda), BraveStarr envolve-se romanticamente com J.D (uma mulher juíza), chegando mesmo a trocar algumas carícias e beijinhos (algo muito pouco usual nos desenhos animados de então). A cena na sua totalidade é muito bem equilibrada, assemelhando-se a uma qualquer situação retratada em inúmeros filmes.
Cena entre BraveStarr e J.D
Filme "The Legend" , completo em 9 partes , disponível na sua versão original no Youtube ;
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
BraveStarr, ao invés do seu antecessor (He-Man) não foi emitido por nenhum canal da televisão portuguesa, tendo tido no entanto relativo sucesso na sua comercialização via aluguer em clubes de vídeo. Foi aliás através dessa forma que eu pessoalmente conheci a série, e me tornei um grande fã, ainda que tenha conhecido o Marshall e seus conterrâneos via dobragem brasileira do já fomoso (pelo menos em Portugal) Herbert Richards :)
Para finalizar deixo-vos com a transcrição completa do texto narrado no genérico da série.
Punchline do Genérico (Original)
Português
Até ao próximo post!
Desejo-vos uma boa estadia, em nome de todos os que possivelmente poderão vir a participar activamente neste blog.
Boas recordações! :)